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Pertencendo


Tenho aprendido o que é viver junto com outras pessoas. Digo viver e não sobreviver. E quanto mais eu aprendo mais eu entendo. Não é somente aquele clichê de aceitar as diferenças, dar as mãos e sorrir. Viver junto vai muito além disso. Viver junto pede ação, compaixão e sustento.

Minha casa não é pequena, mas com quatro adultos e duas crianças grande que ela não fica! Todos os dias agora acompanho meus sobrinhos na escola, ajudo minha cunhada e converso mais com os meus pais. Quase sempre um dos meus sobrinhos comem uma fatia da pizza do meu egoísmo e somem de mansinho com ele. Todas as tardes o Fhilipe (sobrinho mais velho) esfaqueia o meu fantasma da preguiça e me pede para ler para ele e ensinar os sons das letras. Todas as noites o Nikolas (sobrinho mais novo) esgana meu ursinho do comodismo e chora antes de dormir. E tudo isso me faz acenar para dentro de mim e me perguntar: "Oi? Eu fui escolhida para viver junto e amar?".

Por tudo que tenho vivido e aprendido, caro leitor, peço que me perdoe pelo que vou escrever, mas tem muita vida valendo muito pouco por aí. A vida vale muito mais do que imaginamos e só entendemos as dimensões dela quando olhamos para dentro e avaliamos os nossos status de riqueza e pobreza, depois ao nosso redor e colocamos na balança. Quem tem sido o nosso próximo e a quem nós estendemos as mãos, devem ser as nossas perguntas diárias. É isso que faz a vida valer mais: reconhecer o que está à nossa volta e avaliar o que está delimitando nossas possibilidades. Por isso digo que juntos somos melhores e cooperar com Deus faz o valor da vida ser inestimável.

"O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." Mateus 25:40


#Crônica
 
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