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Minha Raiz




A verdade, é que nunca conseguimos entender alguém pelas suas raízes. Vemos o fruto, tentamos ver o caule, mas nunca as raízes. E assim pensamos que as pessoas podem ser diferentes, mas em algum momento mostram que são todas iguais. Iguaizinhas no choro, no riso, no drama e em todo sentimento. O que muda são as raízes. É só o meio que fez com que elas chegassem nesse movimento. Mas afinal, qual o problema se eu chorar, se eu sorrir ou se for atriz do meu próprio teatro? Qual é o problema se eu mostrar os sentimentos quando as cortinas se abrem para mim? Causa e consequência, ação e reação, aceleração e velocidade. Esse eterno ciclo vicioso que dificulta que plantemos a sementinha do "bosque na alma" como diz Lya Luft.


É isso que estou buscando: plantar um bosque na ALMA. Não adianta, não adianta "tampar o sol com a peneira", plantar uma rua com pedrinhas de brilhantes no rosto e nas palavras e se mostrar "curtindo a sombra, o vento, a chuva, as crianças, o sossego"*. Esse balanço da rede tem que vir de dentro para se mostrar aqui fora. Talvez seja isso que nos torna de certa forma "indestrutíveis". Uma maneira de colocar em prática a frase "seja fraco no momento de fraqueza". Porque nessa raíz de dentro para fora ninguém mexe, ela está sólida. Porém a raiz aérea que somente é vista e não sentida pode mudar a qualquer momento.


Peço para ter uma raiz fixa em mim, algo que não me deixe vulnerável o tempo todo, que me traga certeza, lugar e conforto. Uma raiz que me mude quando eu tiver que mudar não por obrigação, mas por crescimento, que me traga palavras certas não só para mim ou para meu próprio ego. Uma raiz que eu possa regar até com os erros e que me perdoe. Eu peço e posso ter todos os dias essa raiz que apesar de tudo me traz bons frutos, não os que ficam à mostra, mas os naturais que eu preciso sem ao menos pedir. Minha raiz que me traz paz: Deus. Se eu cortar o Senhor da minha vida, o que será da minha ALMA?


* O verso é da escritora Lya Luft: "Plantar um bosque na alma, e curtir a sombra, o vento, a chuva, as crianças, o sossego".


"Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte." II Co 12:10
 
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