Fim de ano – O que fomos – o que somos – e o que seremos


O que fomos – o que somos – e o que seremos, por Caio Coletti

Caminhamos. A perfeita e eterna linha reta que se estende a nossa frente pode ser eventualmente tortuosa, irremediavelmente misteriosa e freqüentemente exaustiva, mas não temos escolha a não ser seguirmos.

Na beira da estrada, a escuridão nos envolve, e a nossa frente a luz ofusca-nos os olhos.
Continuamos. Sem olhar para trás, para o que não pode mais ser mudado, fixamos em nossos próprios pés, sempre em movimento, sempre tendo que fazer as escolhas certas, sempre pressionados em seguir o caminho acertado. O grande porém: ninguém até hoje conheceu esse caminho.

Como pequenos deuses que somos em nossa criação longe de imaculada e em nossa personalidade cheia de manchas e sombras indefinidas, apenas seguimos em frente, com um sorriso no rosto ou uma lágrima nos olhos.
Milhões de pensamentos passam pela sombra de nosso olhar, milhares de palavras saem de nossa boca, e centenas de atos impensados repercutem na superfície de nossas vidas como uma pedra atirada a uma lagoa.

No final, o que nos define?
Se relembrar é viver, se o passado é o que nos constrói para o nosso futuro, então por que seguimos em frente? Será que é preciso a vida virar ao contrário, o mundo não ser mais do que jeito em que estamos acostumados, a estrada a nossa frente se partir ao meio ao lado do nosso futuro para enfim percebermos que o fim da linha pode vir a qualquer momento?
Precisaremos mesmo nós, esses seres falhos e desajeitados que caminham, deformados em nossas própria mentes, pela estrada tortuosa de um mundo que seguiu em frente, de um chamado tão elevado? Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. Tudo o que deixamos para trás ao clamar que uma vida nova está a frente.

Perseverança não tem lugar em nossos planos fugazes, em nossas crenças rasas e em nossos interesses passageiros. Onde foi parar a paixão, a persistência, a constância, a virtude? Mais um ano vai passar, mais uma suposta vida nova vai começar, mas nós ainda somos o que sempre fomos e o que sempre seremos.

Destruidores do nosso próprio caminho, moldadores de nossas próprias perturbações, arquitetos de nossa própria e insuspeita infelicidade. Somos capazes de sorrir? Pois que esse sorriso, na noite em que mais um ano vai começar a nossa frente e mais um trecho dessa estrada vai se estender para além do nosso olhar, seja enfim de renovação.
Para que um dia, quem sabe, paremos de caminhar sozinhos, por nós mesmos, e comecemos a caminhas de mãos dadas, em direção a um futuro que realmente reflete o brilho daquela luz mais adiante na misteriosa estrada.

Porque é justamante aí que reside o segredo e a beleza de nossa vida. O que fomos, afinal, e mesmo o que somos hoje, é imutável. Mas o que se estende a frente, como vamos encarar o nosso futuro, enfim, o que seremos nos dias que virão, isso é uma ecolha toda nossa.


* Este brilhante texto, foi escrito pelo meu querido amigo (ai que orgulho) Caio Coletti (gravem bem este nome, rsrs) e postado no seu blog http://o-anagrama.blogspot.com . Um garoto de 15 anos (isto mesmo), cinéfilo, escritor e que em 2010 mais do que nunca vai ter grandes conquistas!

3 comentários:

Marcos Crecchi disse...

Babi sucesso em 2010!

Caio Coletti disse...

Valeu Babi!

Valeu por ter entrado nesse mundo tão pouco criativo da blogosfera e ter trazido um pouco de luz aos dias de quem tem a oportunidade maravilhosa de parar para ler seus textos.

Independente de religião, a mensagem que você deixa aqui é universal, de uma vida mais correta, mais guiada por princípios. O mundo definitivamente precisa disso.

E, por ter publicado meu texto, minha gratidão não encontra palavras a não ser as habituais: muito obrigado. É uma honra ter um texto por aqui.

Best-sellers? Quem sabe... rs
Feliz ano novo para todos nós, tudo de melhor sempreeee! :D

Beijo.

Unknown disse...

mto legal o texto :) Deus te abençoe x3

 
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